Por que você devia começar um bullet journal em 2025
Pode ser um planner também! Spoiler: tem a ver com ficar menos online e focar no que importa
Eu poderia começar este texto com uma ode ao livro impresso e ao papel com cheiro de nostalgia, mas nem é sobre isso que eu quero falar. Eu coloquei uma meta de usar menos telas este ano e eu sei que muita gente por aqui também está nessa busca. Não é exatamente por um amor ao papel, mas porque as telas não estão me fazendo bem, claramente. E tem uma coisa que eu já faço há muito tempo (desde 2017, para ser mais exata) e que me ajudava muito nisso: um bullet journal. (Claro que eu larguei várias vezes, especialmente no ano passado. Mas o processo comporta essas idas e vindas mesmo).
Para quem não sabe, um bullet journal é uma espécie de agenda personalizada. Só que é mais do que isso. É uma mistura de agenda e diário, ou como na tradução literal ‘um diário em tópicos’. É um jeito de organizar a sua vida em um caderno físico.
E por que é legal? Porque permite que você faça o que quiser nesse caderno. Você pode usar de uma maneira super simples só para anotar tarefas do dia ou da semana, mas também pode desenhar, fazer listas de filmes que assistiu, escrever uma resenha de um livro que gostou, colar fotos de passeio com os amigos, fazer um check-list de viagem, monitorar quantas vezes por semana está indo na academia, fazer uma entrada de diário mesmo, etc.
Além disso, a filosofia por trás do bullet journal ajuda a priorizar o que realmente importa. Como assim filosofia, Mariana? Pois é, bullet journal não é bagunça, não. O criador desse método, Ryder Carroll, tem um livro (“O Método Bullet Journal”) que explica como ele foi construído e para que serve.
Não é que tem método?
A ideia não é só a de fazer listas de tarefas, mas tem todo um passo a passo para você aprender a priorizar as coisas, tirar da frente o que não faz sentido e transformar metas e planos grandes em pequenas ações. Assim, você consegue encaixar essas tarefas no seu dia a dia e realmente chegar a finalizar projetos grandes. Dá pra usar isso na sua vida pessoal ou no trabalho. Isso me ajudou bastante quando eu estava fazendo doutorado, por exemplo.
Para vocês terem uma ideia, eu mesma já ministrei um curso de bullet journal na escola corporativa da marca Reserva, para ajudar os funcionários a se organizarem. Aliás, eu participei de um podcast deles explicando mais sobre o bullet journal que vocês ainda encontram no YouTube. Isso foi lá em 2019.
Além de ficar menos nas telas e toda essa parte da filosofia do método (que pode ser aplicada num planner também se você achar que vai se perder com a liberdade absurda de um caderno em branco), o bullet journal te oferece outras vantagens:
Rastreadores de hábitos e de humor: para quem gosta de representações visuais, esses rastreadores podem ser muito legais para ver como estamos indo tanto em termos de humor quanto para adquirir ou manter um hábito. Claro que não é para se tornar escravo do rastreador e nem transformar isso em algum tipo de competição, mas pode ser uma motivação preencher os quadradinhos coloridos, da mesma forma que a gente gosta de dar check em tarefas. Para as meninas, dá também para cruzar o rastreador de humor com o marcador de ciclo menstrual e voilá, que surpresa!
Escrita à mão: parece que não, mas escrever à mão tem diversos benefícios para a memória e para a criatividade, além de treinar coordenação motora e concentração. Você ainda lembra de como é a sua letra?
Despertar criativo: eu já falei que o bullet pode ser feito só com papel e caneta, mas você também pode pirar e inventar páginas loucas e criativas. ‘Ah, mas eu não sei desenhar’. Você pode usar colagens, adesivos, washitapes, canetas coloridas, carimbos, tinta. Se quiser, pode encarar isso como um momento diário ou semanal de soltar a imaginação. Ou não também. Eu às vezes dava uma pirada com guache quando tinha mais tempo para investir no meu bullet, como vocês podem ver na imagem abaixo.
Não sei se te convenci, mas se você precisa de um empurrão, semana que vem vou mandar aqui junto com a próxima news um ebook gratuito sobre como começar um bullet journal, com tudo que você precisa saber. Então, se você está lendo isso aqui e ainda não é inscrito na newsletter, faça isso agora para não perder esse guia:
Ah, e para quem procura um caderno legal para fazer bullet journal, minha dica é escolher um caderno pontado e não liso ou pautado. Isso ajuda a fazer as estruturas de tabelas, por exemplo, ao mesmo tempo em que te dá um guia para escrever retinho. Eu gosto muito dos cadernos da Cícero. Eles tem até um especial para Bullet Journal.
Caso você tenha perdido
Se você é uma pessoa online, você viu o anúncio do Mark Zuckerberg sobre as mudanças nas checagens da Meta, dentre outras atrocidades. A gente escreveu sobre isso lá no Instagram. Também fizemos uma reflexão sobre quem tem direito a comer bem e como isso está diretamente ligado ao tempo que temos para gastar com a alimentação, desde o planejamento até lavar a louça. Você também pode ler sobre isso no Instagram.
Dito isso, eu tenho muitas coisas para dizer sobre as mudanças no Instagram, mas ainda estou absorvendo tudo. Uma grande contradição que me ronda é permanecer naquela rede social para tentar nos salvar dela. Será que isso faz sentido? Quem sabe num próximo texto eu consiga organizar o que quero dizer…
Ah, e eu anunciei que essa newsletter seria quinzenal, mas você está recebendo mais uma esta semana. Pois é! Como estamos começando agora, estou me dando o luxo de escrever com mais frequência para os apoiadores gratuitos. Que bom, né? Vamos ajustando essa periodicidade com o passar do tempo.
1. O que andamos lendo
“Peitos e Ovos” (Ed Intrínseca)
de Mieko Kawakami
Este romance japonês ao mesmo tempo em que aquece o coração, te deixa pensando por horas e horas. Ainda mais se você for uma mulher 30+ que tem dúvidas sobre o que significa ter filhos. Na verdade, essa leitura foi uma recomendação da minha amiga Luiza Barros e eu devorei mesmo não sendo um livro tão curto. O romance discute questões femininas relacionadas a corpo e maternidade, mas também aborda o processo de escrita, síndrome da impostora e as condições de vida e trabalho no Japão. Além dos temas abordados, o diferencial o livro é o ritmo e o mergulho profundo na mente da protagonista.
2. O que andamos ouvindo
Podcast - O Estranho Familiar, com Vera Iaconelli
A maravilhosa psicanalista Vera Iaconelli recebe diversos convidados para debater as referências de família. Conversas francas e histórias únicas recheiam o podcast. Tá em todas as plataformas de áudio que você já sabe, blablablá…
Podcast - Raising Parents, with Emily Oster (em inglês)
Economista e professora da Brown University, Emily Oster debate as grandes dúvidas da parentalidade neste podcast focado em dados. Alimentação, medicalização, exposição a telas? Emily traz especialistas para esclarecer esses e outros temas com diferentes visões, mas sempre embasados em pesquisas robustas e recentes.
Leia também desta newsletter:
A vida que você quer vai dar trabalho. E não estou falando do seu CLT.
Como eu voltei a ler e como você precisa abrir tempo para um novo hábito
Tempo de Qualidade começou como um projeto no Instagram (se ainda estiver por lá, me siga) e virou uma newsletter semanal no início de 2025. Se gosta dos meus textos, considere migrar para uma assinatura paga para apoiar meu trabalho ou, se preferir não se comprometer mensalmente, faça um pix para hello.tempodequalidade@gmail.com
Achei legal conhecer melhor o que é o bullet journal, mas ainda não sei se é pra mim 😋. Tenho trabalhado no hábito de ter um diário tradicional, mas só quando faz sentido ou há necessidade, sem ser um compromisso diário (haha). Por outro lado, ando curiosíssimo sobre esse caderno Cícero e me sinto na obrigação de comprar pelo menos um e fazer alguma coisa com ele junto com o homônimo, kkkk.