Me mandaram esses vídeos de mini coachs e isso estragou meu dia. Me deu uma sensação de desesperança tão grande e ao mesmo tempo uma indignação… Fiquei pensando nisso por semanas.
É um desserviço tão grande convencer jovens de quê o estudo não vale à pena. É um crime na minha cabeça!
Espero que o seu texto chegue em pessoas que estavam caindo nessa armadilha, pois não dá para permitir que esse tipo de pensamento continue se perpetuando por aí.
Eu como pesquisadora que acabou de fechar o doutorado só tenho a concordar. Levei muitos anos pra entender algo que eu sentia: estudar, conhecer, aprender...são tarefas que mudam a forma como vc pensa, como vc raciocina. E durante a faculdade vc vai começando a duvidar das certezas. Especialmente das certezas dos outros. É muito interessante mesmo. Mas é muito individual tbm. As pessoas não falam mt disso. Ótima reflexão. A gente tem msm é que se unir como sociedade, pq estamos todos sendo manipulados.
A ideia de que basta ser generalista para ter sucesso não faz nem sentido. OK. IA vai escrever acima da mediocridade humana. Dificilmente terá uma ideia inovadora (assim como a imensa maioria das pessoas que vivem apertando botão nas redes sociais, mas juram de pé juntos que são estrategistas). Mas só um especialista pode evoluir uma entrega com IA. Tenho asco dessds bundões falando de faculdade como algo ruim. Massa de manobra.
Parabéns pelo texto, Mariana. Reflexão e escrita necessária nesses tempos de anti-intelectualismo, inclusive, infelizmente, por parte de pessoas que se dizem de esquerda, e estão nos governos por aí. Aliás, vivi isso recentemente estão no governo federal. Além disso, essa relação que está se estabelecendo com o ChatGPT é preocuopante, pois a IA generativa não cria e produz conhecimento, apenas relaciona o que já foi produzido.
É uma enorme tristeza ver este movimento. Como mãe, então, fico apavorada. O que esquecem de contar para os projetos de coach de mindset é que pode não parecer mas, tal e qual na era das supermodelos, para cada Gisele no mundo existem 100.000 meninas dividindo o treliche de um apartamentinho com 12 treliches em São Paulo.
Mariana, seus textos são danados de bons! Muito obrigado pela recomendação da Newslenta. Por sinal, você lê em inglês? Nesta semana li uma edição da Celeste Davis apontando que uma das razões para os homens nos EUA abandonarem o ensino superior é a entrada das mulheres nele. Não sei se isso se reflete na realidade brasileira. Agora, um problema universal é o dano que a economia das redes sociais fez na mente de jovens e crianças. A promessa da fama virtual ainda vai cobrar caro e por muito tempo da nossa sociedade.
Obrigada, Christian! Leio em inglês, sim. Vou dar uma olhada no texto. A premissa parece bem interessante (e triste). Pois é, a nova dessa promessa de fama virtual é as crianças se xingando de CLT...cada uma!
Primeiro queria dizer que acho muito bela essa ideia de que a ciência busca expandir os limites da ciência.
Segundo que os meus maiores aprendizados na faculdade considero que foram ter uma noção dos conhecimentos existentes, a história da minha área de atuação (!!), onde encontrar referências confiáveis e me deparar com pontos de vista diferentes em um (quase) ambiente salubre.
Eu sou do design, que é uma área que tsc nem precisa de faculdade, mas os cursos online são (quase) todos INSTRUMENTAIS, como se fosse um trabalho sem cultura, sem história, só de estética vazia ou com pesquisas com usuário em ambientes controlados cujas respostas você já conhece.
Perfeito, Raissa. A faculdade não é mesmo só sobre os conhecimentos instrumentais. É principalmente sobre esses outros aprendizados que vc citou e que são super importantes pra formação não só profissional, mas cidadã. Acho que é esse formação cidade que tanto incomoda...
Sim, eu entendo seu ponto. Não podemos generalizar. Mas perceba que, a academia frequentemente e exaustivamente salienta as limitações do novo povo, dos nossos problemas estruturais, na educação, na cultura, na política.
O problema, se me permite, é a aplicação prática destas noções. Até pra gente escapar deste estigma do "coisa pra inglês ver". Até porque o acadêmico depende do Povo em grande medida, assim como uma sociedade sadia, sabe valorizar seus professores e seus pesquisadores.
Sim, claro, eu concordo com vc tanto de que há problemas práticos quanto de que há acadêmicos que subestimam a capacidade da população. Só quis dizer que meu ponto não era esse com texto, rs. Tem um bando de problemas no discurso acadêmico mesmo kkk. Rende muitas discussões, na real. Tem muita coisa que me incomoda tb.
Eu concordo contigo na maior parte do seu desabafo. Mas eu vejo um problema em partes da Academia: a dificuldade em se fazer apreensível ao leitor/cidadão comum. Ok, nossa educação básica é uma bosta, nossa cultura vai do 8 ao 80: ou muito tosco e acessível ou brilhante e igualmente incompreensível ao público comum, ainda que, fale sobre este público!
Lembro de um episódio emblemático, na época em que eu tentava, pela primeira vez, fazer minha faculdade. Aniversário de Mamãe: tinha um feirante e um sociólogo doutorando, até aqui entre família. Assunto mais desconectado do que briga de bêbado, talvez dê certo modo fosse mesmo! O Acadêmico com seu vocabulário técnico, rebuscado, enfadonho não era compreendido, por maior que fosse o esforço, pelo feirante. Em alguns momentos, era irônico e um tanto amargurado, mas o que ele não vai é que, pra começo de assunto, eu era a única ali que entendia a fala dele e, diferente dele mesmo, eu entendia o feirante. Sabe o lance de "consciência de classe"? Então, até hoje eu não sei dizer ao certo qual dos 2 é o alienado. Mas foi à partir dali que eu acordei para a coerência no meu discurso e para a necessidade de investigar se: AS PESSOAS COMUNS, COM QUEM EU DIALOGO, SÃO CAPAZES DE ENTENDER MINHAS PALAVRAS.
Acho que tanto Camus, quanto o próprio Sartre, falam sobre isto. Ainda que, neste quesito, Camus seja indiscutivelmente mais assertivo e honesto do que Sartre. Talvez falte isto ao Homem das Letras deste país. Me parece que, o pessoal das ciências naturais e exatas estão, ironicamente, mais engajados neste aspecto, do que a galera das humanas. E se isto não for só uma impressão minha, é triste e talvez explique em partes este Muro entre academia e população.
Oi! Então, eu fiz um disclaimer no final do texto dizendo que a ideia não era romantizar a academia, justamente. Claro que tem, sim, várias pessoas assim como vc descreveu. Mas há também uma visão de que necessariamente todo acadêmico é assim, que não é verdadeira. Na verdade, acho que os que são assim causam uma impressão tão ruim nas pessoas que acabam contaminando a visão geral sobre o acadêmico. Eu tb acho isso péssimo e acho que ser culto é justamente saber transitar em vários espaços, por vários discursos, se fazer entender por todos. A questão do texto é que não dá pra jogar o bebê fora com a água do banho. Não é pq existem acadêmicos assim que a academia, a ciência e a universidade não prestam. É isso que me incomoda e é esse discurso que anda circulando muito. Minha crítica foi nesse sentido.
Me mandaram esses vídeos de mini coachs e isso estragou meu dia. Me deu uma sensação de desesperança tão grande e ao mesmo tempo uma indignação… Fiquei pensando nisso por semanas.
É um desserviço tão grande convencer jovens de quê o estudo não vale à pena. É um crime na minha cabeça!
Espero que o seu texto chegue em pessoas que estavam caindo nessa armadilha, pois não dá para permitir que esse tipo de pensamento continue se perpetuando por aí.
Tbm me sinto assim, Fernanda. Parece meio inacreditável mesmo que esse discurso esteja se criando
Eu como pesquisadora que acabou de fechar o doutorado só tenho a concordar. Levei muitos anos pra entender algo que eu sentia: estudar, conhecer, aprender...são tarefas que mudam a forma como vc pensa, como vc raciocina. E durante a faculdade vc vai começando a duvidar das certezas. Especialmente das certezas dos outros. É muito interessante mesmo. Mas é muito individual tbm. As pessoas não falam mt disso. Ótima reflexão. A gente tem msm é que se unir como sociedade, pq estamos todos sendo manipulados.
Perfeito, Luanna. Estudar não é só aprender conteúdos, mas aprender que o mundo é complexo, aprender a pensar sobre as coisas.
Atenção professores reféns do ainda estabelecido “novo ensino médio”: esse texto aqui é O texto para se trabalhar em aulas de “projeto de vida”
Uou! Obrigada!
A ignorância é um projeto muito bem articulado por grandes poderes. Resta a gente tentar lutar como pode!
A ideia de que basta ser generalista para ter sucesso não faz nem sentido. OK. IA vai escrever acima da mediocridade humana. Dificilmente terá uma ideia inovadora (assim como a imensa maioria das pessoas que vivem apertando botão nas redes sociais, mas juram de pé juntos que são estrategistas). Mas só um especialista pode evoluir uma entrega com IA. Tenho asco dessds bundões falando de faculdade como algo ruim. Massa de manobra.
Total, Tullio
Parabéns pelo texto, Mariana. Reflexão e escrita necessária nesses tempos de anti-intelectualismo, inclusive, infelizmente, por parte de pessoas que se dizem de esquerda, e estão nos governos por aí. Aliás, vivi isso recentemente estão no governo federal. Além disso, essa relação que está se estabelecendo com o ChatGPT é preocuopante, pois a IA generativa não cria e produz conhecimento, apenas relaciona o que já foi produzido.
No aguardo de mais reflexões....
Pois é, Sérgio. Isso muito me intriga tbm. Obrigada pelo comentário!
É uma enorme tristeza ver este movimento. Como mãe, então, fico apavorada. O que esquecem de contar para os projetos de coach de mindset é que pode não parecer mas, tal e qual na era das supermodelos, para cada Gisele no mundo existem 100.000 meninas dividindo o treliche de um apartamentinho com 12 treliches em São Paulo.
Exatamente, Ale!
Mariana, seus textos são danados de bons! Muito obrigado pela recomendação da Newslenta. Por sinal, você lê em inglês? Nesta semana li uma edição da Celeste Davis apontando que uma das razões para os homens nos EUA abandonarem o ensino superior é a entrada das mulheres nele. Não sei se isso se reflete na realidade brasileira. Agora, um problema universal é o dano que a economia das redes sociais fez na mente de jovens e crianças. A promessa da fama virtual ainda vai cobrar caro e por muito tempo da nossa sociedade.
https://celestemdavis.substack.com/p/why-boys-dont-go-to-college
Obrigada, Christian! Leio em inglês, sim. Vou dar uma olhada no texto. A premissa parece bem interessante (e triste). Pois é, a nova dessa promessa de fama virtual é as crianças se xingando de CLT...cada uma!
Primeiro queria dizer que acho muito bela essa ideia de que a ciência busca expandir os limites da ciência.
Segundo que os meus maiores aprendizados na faculdade considero que foram ter uma noção dos conhecimentos existentes, a história da minha área de atuação (!!), onde encontrar referências confiáveis e me deparar com pontos de vista diferentes em um (quase) ambiente salubre.
Eu sou do design, que é uma área que tsc nem precisa de faculdade, mas os cursos online são (quase) todos INSTRUMENTAIS, como se fosse um trabalho sem cultura, sem história, só de estética vazia ou com pesquisas com usuário em ambientes controlados cujas respostas você já conhece.
Perfeito, Raissa. A faculdade não é mesmo só sobre os conhecimentos instrumentais. É principalmente sobre esses outros aprendizados que vc citou e que são super importantes pra formação não só profissional, mas cidadã. Acho que é esse formação cidade que tanto incomoda...
👏👏👏 Excelente análise.
Obrigada!
Meu Deus simmmmm
nossa, que texto certeiro!!!!
Obrigada!
👏🏻👏🏻👏🏻
😉
Sim, eu entendo seu ponto. Não podemos generalizar. Mas perceba que, a academia frequentemente e exaustivamente salienta as limitações do novo povo, dos nossos problemas estruturais, na educação, na cultura, na política.
O problema, se me permite, é a aplicação prática destas noções. Até pra gente escapar deste estigma do "coisa pra inglês ver". Até porque o acadêmico depende do Povo em grande medida, assim como uma sociedade sadia, sabe valorizar seus professores e seus pesquisadores.
Sim, claro, eu concordo com vc tanto de que há problemas práticos quanto de que há acadêmicos que subestimam a capacidade da população. Só quis dizer que meu ponto não era esse com texto, rs. Tem um bando de problemas no discurso acadêmico mesmo kkk. Rende muitas discussões, na real. Tem muita coisa que me incomoda tb.
Eu não sei nem por onde começar.
Eu concordo contigo na maior parte do seu desabafo. Mas eu vejo um problema em partes da Academia: a dificuldade em se fazer apreensível ao leitor/cidadão comum. Ok, nossa educação básica é uma bosta, nossa cultura vai do 8 ao 80: ou muito tosco e acessível ou brilhante e igualmente incompreensível ao público comum, ainda que, fale sobre este público!
Lembro de um episódio emblemático, na época em que eu tentava, pela primeira vez, fazer minha faculdade. Aniversário de Mamãe: tinha um feirante e um sociólogo doutorando, até aqui entre família. Assunto mais desconectado do que briga de bêbado, talvez dê certo modo fosse mesmo! O Acadêmico com seu vocabulário técnico, rebuscado, enfadonho não era compreendido, por maior que fosse o esforço, pelo feirante. Em alguns momentos, era irônico e um tanto amargurado, mas o que ele não vai é que, pra começo de assunto, eu era a única ali que entendia a fala dele e, diferente dele mesmo, eu entendia o feirante. Sabe o lance de "consciência de classe"? Então, até hoje eu não sei dizer ao certo qual dos 2 é o alienado. Mas foi à partir dali que eu acordei para a coerência no meu discurso e para a necessidade de investigar se: AS PESSOAS COMUNS, COM QUEM EU DIALOGO, SÃO CAPAZES DE ENTENDER MINHAS PALAVRAS.
Acho que tanto Camus, quanto o próprio Sartre, falam sobre isto. Ainda que, neste quesito, Camus seja indiscutivelmente mais assertivo e honesto do que Sartre. Talvez falte isto ao Homem das Letras deste país. Me parece que, o pessoal das ciências naturais e exatas estão, ironicamente, mais engajados neste aspecto, do que a galera das humanas. E se isto não for só uma impressão minha, é triste e talvez explique em partes este Muro entre academia e população.
Oi! Então, eu fiz um disclaimer no final do texto dizendo que a ideia não era romantizar a academia, justamente. Claro que tem, sim, várias pessoas assim como vc descreveu. Mas há também uma visão de que necessariamente todo acadêmico é assim, que não é verdadeira. Na verdade, acho que os que são assim causam uma impressão tão ruim nas pessoas que acabam contaminando a visão geral sobre o acadêmico. Eu tb acho isso péssimo e acho que ser culto é justamente saber transitar em vários espaços, por vários discursos, se fazer entender por todos. A questão do texto é que não dá pra jogar o bebê fora com a água do banho. Não é pq existem acadêmicos assim que a academia, a ciência e a universidade não prestam. É isso que me incomoda e é esse discurso que anda circulando muito. Minha crítica foi nesse sentido.
Baita texto! 👏👏👏
Obrigada!