Sinto a mesma coisa no Spotify. . teoricamente deveria ser uma plataforma que pode expandir os horizontes e no fim parece que fico mais aprisionada no tipo de música que gosto e conheço, sempre que quero algo novo preciso perguntar a amigos, porque sozinha eu não vou longe
Eu decidi cancelar minhas contas de streaming porque, além de não estar assistindo, me sentia presa. Eu gosto de "caçar filmes", gosto de buscar referências, de ir atrás, sabe? Gosto muito de assistir aos clássicos, de escolher um diretor e me debruçar sobre a obra dele. Aí a lógica do algoritmo não me serve, porque tira a minha autonomia. E aí eu estava perdendo o prazer que sempre nutri pelo cinema. Mas no final é isso, né? Nos querem dependentes, sem senso crítico, infantis até, eu diria.
Perfeito, Fabíola! A gente acaba consumindo muito o que é recomendado ali até por uma conveniência mesmo de não ter que procurar. E aí acaba se frustrando, pq tb não era o que a gente queria ver, né? Tenho pensado muito sobre essas escolhas.
Curti a análise e fui checar meus cartazes ma Netflix. Somente CROWN era o mesmo que o seu, os outros dois vieram diferentes de ambos que vc mostrou. To aqui “ensaiando” a padronização das cidades numa perspectiva similar, pois elas estão também ficando parecidas. O mesmo cafe, o mesmo restaurante, o mesmo bar, etc… claro que nesse caso nao tem a ver com algoritmo e nem personalização, mas é como esses dois têm afetado a arquitetura e design levando embora a autenticidade e a cultura local, deixando tudo pasteurizado e irritantemente agradável.
Total! É curioso isso, né? Outro dia mesmo estava circulando uma ilustração aqui no Substack comparando a arquitetura de diferentes estados do Brasil antes e agora. Agora está tudo igual e quadradão.
Em uma entrevista para o David Letterman, em uma série produzida pela própria Netflix, o presidente Obama fala sobre esse afunilamento do algoritmo e as consequências dele, na prática! Não lembro ao certo mas era algo sobre uma busca no Google de um restaurante feita por 3 pessoas em uma MESMA PRAÇA. Um muçulmano, um palestino e um israelense. Vale a pena conferir.
Obama fala tbm sobre o arrependimento que sente de ter sido o 1⁰presidente a usar as redes sociais para se eleger por conta do que se tornou tudo isso.
Muito boa a análise! Atuo no campo da comunicação e dos relacionamentos interpessoais e esse fenômeno da personalização realmente contribui sobremaneira para a crescente incapacidade de termos boas conversas com quem pensa diferente, atrapalhando muito a resolução de problemas importantes e a expansão das nossas ideias.
Adorei sua reflexão e concordo demais! Tem horas que a gente só quer sair da bolha, topar com o incômodo, ver algo que nos estranhe — e que, justamente por isso, nos amplie a visão. Esse mundo feito sob medida, do feed ao sofá, vai moldando até o quanto a gente aguenta o diferente. A empatia vai definhando…Personalização demais me dá uma sensação de jaula decorada. 🤭
O cartaz de Peaky Blinders que aparecia pra mim só mostrava as 3 mulheres da série (sendo que elas aparecem em diferentes temporadas), e no caso de The Alienist, tanto o cartaz quanto o mini trailer que toca automaticamente colocavam a Dakota Johnson em destaque. Tomei um susto quando comecei a assistir e descobri que o protagonista era o Daniel Bruhl
Achei maneiro como vc conectou os pontos do seu texto. Ficou mt lógico. Maneiro tb expôr o lance das capas, as vezes eu tinha a aensação de "já vi essa capa de filme antes". Em relação ao isolamento, acho tá indo em todas as esferas né? Estamos sem tempo, sem paciência e até sem interesse nas interações sociais no mundo real. Leva tempo, gasta dinheiro, e as vezes é chato. O estímulo ao individualismo está gerando um problemão e só estamos no início. Ainda tem gerações inteiras sendo criadas dentro dessa lógica. Vamos ver onde vai dar. Excelente texto.
Obrigada, Luana. Verdade, eu tb fico me perguntando como vai ser pra quem já tá nascendo nessa lógica. A gente tem que fazer alguma coisa senão vai dar ruim...já tá dando, né?
Eu penso nisso, e acho que tem coisas que podemos fazer...tipo oferecer interações reais e lutar por isso...mas acho que os próprios jovens já estão fazendo...outro dia descobri que revistas estão "voltando a moda", pq os gen Z estão fascinados com coisas físicas...acho que é só um ciclo...msm assim, nossa era não era tão melhor não. A gente tinha bullying, fake news piores de desmentir, e estavamos isolados onde nascíamos. Acho que ainda tem mt coisa boas que dá pra tirar da conexão que temos hj...falta um balanço melhor...não acha?
Ah, sim, tem muitas coisas boas tb, claro. Acho que só de a gente estar tendo essas discussões pra ver como podemos aproveitar melhor as tecnologias já é alguma coisa que a gente pode fazer rs
Vejo muito isso no Pinterest, que é a plataforma que uso pra captar referências de moda e decoração, porém o algoritmo já sabe tão bem o meu estilo de curtida que só me apresenta coisas parecidas umas com as outras, a ponto das coisas começarem a se repetir na timeline. Ai fico me perguntando: (1) eu gosto mesmo desde estilo de decoração para casas (2) ou será que estou me alimentando apenas das mesmas coisas e por isso acho que gosto? Por aparecem muitas fotos com inspirações semelhantes também fico com a impressão de que o que estou vendo, por ser frequente, é o que está na moda e é hype atualmente, e as vezes descubro que a roupa que tô curtindo foi tendência em 2015…
Análise sensacional! Gostei muito da forma que trabalhou o conteúdo e trouxe uma reflexão muito boa no final. Trabalho com marketing e constantemente fazemos esses tipos de testes nos anúncios para entender o que o usuário de fato gosta, e cada vez mais próximo do que satisfaz o gosto dele, mais retenção mantém nos anúncios e mais vendas tendem a serem feitas.
Nossa, não sabia que até os cartazes são personalizados (não tenho conta em streamings rs). É um pouco assustador pensar que uma empresa sabe tanto sobre nós que consegue criar um cartaz com tudo o que cada um gosta. No fim, todos acabamos vendo as mesmas coisas e falando sobre os mesmos assuntos, chega num ponto que nossos gostos não são mais pessoais e sim o que querem que a gente assista.
É meio isso mesmo. Fiquei pensando agora que atualmente eles devem distribuir uma quantidade de cartazes prontos de acordo com os perfis dos usuários, mas se vc extrapolar com inteligência artificial, no futuro, poderiam até fazer cartazes personalizados mesmo, criados por IA pro usuário. Imagina?
Hoje pela manhã conectei o Bluetooth do celular na alexa, escolhi uma música e deixei rolar. Me peguei falando: Caracas meu algoritmo tá muito bem formado só música boa atras de música boa kkkkkry
Adorei a análise dos cartazes!
Sinto a mesma coisa no Spotify. . teoricamente deveria ser uma plataforma que pode expandir os horizontes e no fim parece que fico mais aprisionada no tipo de música que gosto e conheço, sempre que quero algo novo preciso perguntar a amigos, porque sozinha eu não vou longe
Nossa, Thais, eu estava pensando justamente sobre isso outro dia, como o Spotify no fim das contas toca sempre as mesmas coisas. É bem a mesma lógica.
Adorei sua análise, Mariana!
Eu decidi cancelar minhas contas de streaming porque, além de não estar assistindo, me sentia presa. Eu gosto de "caçar filmes", gosto de buscar referências, de ir atrás, sabe? Gosto muito de assistir aos clássicos, de escolher um diretor e me debruçar sobre a obra dele. Aí a lógica do algoritmo não me serve, porque tira a minha autonomia. E aí eu estava perdendo o prazer que sempre nutri pelo cinema. Mas no final é isso, né? Nos querem dependentes, sem senso crítico, infantis até, eu diria.
Perfeito, Fabíola! A gente acaba consumindo muito o que é recomendado ali até por uma conveniência mesmo de não ter que procurar. E aí acaba se frustrando, pq tb não era o que a gente queria ver, né? Tenho pensado muito sobre essas escolhas.
Curti a análise e fui checar meus cartazes ma Netflix. Somente CROWN era o mesmo que o seu, os outros dois vieram diferentes de ambos que vc mostrou. To aqui “ensaiando” a padronização das cidades numa perspectiva similar, pois elas estão também ficando parecidas. O mesmo cafe, o mesmo restaurante, o mesmo bar, etc… claro que nesse caso nao tem a ver com algoritmo e nem personalização, mas é como esses dois têm afetado a arquitetura e design levando embora a autenticidade e a cultura local, deixando tudo pasteurizado e irritantemente agradável.
Total! É curioso isso, né? Outro dia mesmo estava circulando uma ilustração aqui no Substack comparando a arquitetura de diferentes estados do Brasil antes e agora. Agora está tudo igual e quadradão.
Adorei, mais um motivo para confirmar minha preferência por baixar filmes de torrent.
Hahah
Em uma entrevista para o David Letterman, em uma série produzida pela própria Netflix, o presidente Obama fala sobre esse afunilamento do algoritmo e as consequências dele, na prática! Não lembro ao certo mas era algo sobre uma busca no Google de um restaurante feita por 3 pessoas em uma MESMA PRAÇA. Um muçulmano, um palestino e um israelense. Vale a pena conferir.
Obama fala tbm sobre o arrependimento que sente de ter sido o 1⁰presidente a usar as redes sociais para se eleger por conta do que se tornou tudo isso.
Série: My next gestão- Netflix
Muito boa a análise! Atuo no campo da comunicação e dos relacionamentos interpessoais e esse fenômeno da personalização realmente contribui sobremaneira para a crescente incapacidade de termos boas conversas com quem pensa diferente, atrapalhando muito a resolução de problemas importantes e a expansão das nossas ideias.
Adorei sua reflexão e concordo demais! Tem horas que a gente só quer sair da bolha, topar com o incômodo, ver algo que nos estranhe — e que, justamente por isso, nos amplie a visão. Esse mundo feito sob medida, do feed ao sofá, vai moldando até o quanto a gente aguenta o diferente. A empatia vai definhando…Personalização demais me dá uma sensação de jaula decorada. 🤭
Exato, Rejayne. É um extremo do conforto que acaba sendo ruim. Os estranhamentos são muito necessários e às vezes a gente esquece disso.
O cartaz de Peaky Blinders que aparecia pra mim só mostrava as 3 mulheres da série (sendo que elas aparecem em diferentes temporadas), e no caso de The Alienist, tanto o cartaz quanto o mini trailer que toca automaticamente colocavam a Dakota Johnson em destaque. Tomei um susto quando comecei a assistir e descobri que o protagonista era o Daniel Bruhl
Aí, tá vendo...
Ops, Dakota Fanning*
Achei maneiro como vc conectou os pontos do seu texto. Ficou mt lógico. Maneiro tb expôr o lance das capas, as vezes eu tinha a aensação de "já vi essa capa de filme antes". Em relação ao isolamento, acho tá indo em todas as esferas né? Estamos sem tempo, sem paciência e até sem interesse nas interações sociais no mundo real. Leva tempo, gasta dinheiro, e as vezes é chato. O estímulo ao individualismo está gerando um problemão e só estamos no início. Ainda tem gerações inteiras sendo criadas dentro dessa lógica. Vamos ver onde vai dar. Excelente texto.
Obrigada, Luana. Verdade, eu tb fico me perguntando como vai ser pra quem já tá nascendo nessa lógica. A gente tem que fazer alguma coisa senão vai dar ruim...já tá dando, né?
Eu penso nisso, e acho que tem coisas que podemos fazer...tipo oferecer interações reais e lutar por isso...mas acho que os próprios jovens já estão fazendo...outro dia descobri que revistas estão "voltando a moda", pq os gen Z estão fascinados com coisas físicas...acho que é só um ciclo...msm assim, nossa era não era tão melhor não. A gente tinha bullying, fake news piores de desmentir, e estavamos isolados onde nascíamos. Acho que ainda tem mt coisa boas que dá pra tirar da conexão que temos hj...falta um balanço melhor...não acha?
Ah, sim, tem muitas coisas boas tb, claro. Acho que só de a gente estar tendo essas discussões pra ver como podemos aproveitar melhor as tecnologias já é alguma coisa que a gente pode fazer rs
O autoengano da escolha e personalização. Assim que venderam os PCs, a internet. Agora com os serviços.
Vejo muito isso no Pinterest, que é a plataforma que uso pra captar referências de moda e decoração, porém o algoritmo já sabe tão bem o meu estilo de curtida que só me apresenta coisas parecidas umas com as outras, a ponto das coisas começarem a se repetir na timeline. Ai fico me perguntando: (1) eu gosto mesmo desde estilo de decoração para casas (2) ou será que estou me alimentando apenas das mesmas coisas e por isso acho que gosto? Por aparecem muitas fotos com inspirações semelhantes também fico com a impressão de que o que estou vendo, por ser frequente, é o que está na moda e é hype atualmente, e as vezes descubro que a roupa que tô curtindo foi tendência em 2015…
Nossa, sim! Isso de achar que é uma tendência uma coisa que na verdade só tá aparecendo muito pra gente é real demais
Análise sensacional! Gostei muito da forma que trabalhou o conteúdo e trouxe uma reflexão muito boa no final. Trabalho com marketing e constantemente fazemos esses tipos de testes nos anúncios para entender o que o usuário de fato gosta, e cada vez mais próximo do que satisfaz o gosto dele, mais retenção mantém nos anúncios e mais vendas tendem a serem feitas.
Verdade, Gabriel. Isso já é bem comum em anúncios, ne? O tal do teste A/B. S lógica é a mesma.
Nossa, não sabia que até os cartazes são personalizados (não tenho conta em streamings rs). É um pouco assustador pensar que uma empresa sabe tanto sobre nós que consegue criar um cartaz com tudo o que cada um gosta. No fim, todos acabamos vendo as mesmas coisas e falando sobre os mesmos assuntos, chega num ponto que nossos gostos não são mais pessoais e sim o que querem que a gente assista.
Adorei sua análise!
É meio isso mesmo. Fiquei pensando agora que atualmente eles devem distribuir uma quantidade de cartazes prontos de acordo com os perfis dos usuários, mas se vc extrapolar com inteligência artificial, no futuro, poderiam até fazer cartazes personalizados mesmo, criados por IA pro usuário. Imagina?
Hoje pela manhã conectei o Bluetooth do celular na alexa, escolhi uma música e deixei rolar. Me peguei falando: Caracas meu algoritmo tá muito bem formado só música boa atras de música boa kkkkkry
Jura? O meu tá repetitiiiivo, rs. Tô até pegando ranço de umas músicas que eu gosto pq ele toca toda hora.
Texto incrivel!
Obrigada!
Gostei muito do seu texto. Parabéns.